Cabe ao educador desenvolver nos alunos o interesse e o hábito pela leitura, adotando obras de ficção e não ficção no decorrer do ano letivo, de uma forma que eles possam ver a ligação de um assunto com outro, mostrando algo do interesse comum deles, pois o maior contato com os livros vem da escola. Para manter aceso o hábito da leitura, segundo Bamberger (2002, p.20):
[...] precisamos ir além das necessidades e interesses das várias fases de desenvolvimento e motivar a criança a ir ajustando o conteúdo de suas leituras à medida que suas necessidades intelectuais e condições ambientais forem mudando. É preciso fazer da leitura um hábito determinado por motivos permanentes, e não por inclinações mutáveis.
Para que haja entusiasmo por parte dos alunos, o professor também precisa ser um leitor entusiasta, possuir conhecimento de várias opções de leitura e ter um bom relacionamento com os alunos, de forma que possa orientá-los pelo mágico caminho da leitura.
Estudos realizados com jovens leitores vêm mostrando que muitas crianças não leem por terem dificuldade de saber ler, de compreender e de analisar textos. Já os alunos que gostam dessa atividade têm maior concentração e assimilam com maior rapidez o conteúdo. O fato de ler mal leva o aluno a buscar outro passatempo, perdendo o interesse pela educação. E cabe ao professor motivar esse aluno a ler. Bamberger (2002, p.31), sobre isso aponta o seguinte: “[...] o que leva o jovem leitor a ler não é o reconhecimento da importância da leitura, e sim várias motivações e interesses que correspondem à sua personalidade e ao seu desenvolvimento intelectual”.
Pesquisas vêm concluindo que são as motivações que levam as crianças a praticarem o hábito de leitura. O ato de ler, por sua vez, impulsiona as aptidões intelectuais, como o pensamento e a fantasia, a expansão do “eu”, o prazer de encontrar um mundo de fantasias e descobrir coisas novas e praticar uma habilidade recém adquirida.
Os pais também devem incentivar nas crianças o hábito de ler. Como? Lendo em voz alta, contando histórias e mostrando figuras a elas, criando, dessa maneira, um ambiente que as conduzem ao interesse pela leitura. É preciso incentivar e acompanhar suas leituras, evitando a leitura mecânica, muito comum nas escolas, onde os professores fazem da leitura um exercício, uma atividade, obrigando seus alunos a ler. Muitos professores mandam cada criança ler um parágrafo e corrigem cada letra pronunciada errada. Essa atitude não melhora em nada o processo de aquisição do hábito de ler.
Outro fator que leva alunos à desistência da leitura é, segundo Silva (1995, p.105), “[...] o vendaval de apostilas, que geralmente retalha a totalidade de uma ou mais obras e afasta os alunos das bibliotecas”, pois a leitura do aluno estará monitorada e sua importância será apenas o número de livros lidos, desviando sua atenção do objetivo mais importante no ensino da leitura: a compreensão crítica.
Porém, para alcançar esse objetivo os pais e professores devem dar exemplos às crianças. No início da alfabetização devem incentivar as crianças a ler pequenos livros com vários desenhos e grandes letras, pois, segundo Bamberger (2002, p.50): “A criança entra em contato com a linguagem das gravuras antes da linguagem das letras. Uma vez que ela já aprendeu a entender o significado das figuras, é necessário que o material de leitura inicial as contenha em grande número.” Se a narrativa contém várias figuras e pequenas frases as crianças compreenderão o texto com maior facilidade.
Conforme o desenvolvimento das crianças, a configuração do livro muda seus espaçamentos, gravuras e as letras diminuem. É importante que um adulto esteja acompanhando a leitura das crianças, fazendo-os debater suas opiniões e idéias sobre o assunto lido.
Com o amadurecimento do leitor seu gosto pela leitura transforma-se. Bamberger (2002, p.35), diz que “As motivações para a leitura e os interesses por ela diferem não só para os vários grupos de idade, mas também para cada tipo particular de leitor.”. O autor afirma que o gosto pela leitura e seu gênero é influenciado pela idade, meio social e interesse pessoal. O interesse pessoal pode variar entre quatro tipos de leitura: informativa, escapista, literária e cognitiva. Também aumenta a exigência pela leitura independente, proporcionando melhora na habilidade de leitura, de forma que, progressivamente, os alunos se familiarizem com a literatura e venham a adquirir o hábito de ler e também possam utilizar essa habilidade para conseguir acesso a novos conteúdos.
Nesse sentido, cabe aos professores introduzirem a leitura aos alunos para que estes venham a praticar o ato de ler com prazer. Os educadores devem dar a eles chance de entrar em contato com uma diversidade de textos e deixá-los captar as primeiras emoções e ideias do texto. Para esse tipo de exercício as bibliotecas escolares e públicas se tornam importantes, pois elas possuem variados gêneros literários que os alunos precisam para satisfazerem seus interesses pessoais.
É importante que os alunos se sintam à vontade entre os livros e após a leitura cabe aos educadores estimulá-los a compartilhar as emoções e ideias que a leitura lhes despertou. Se a leitura envolve compreensão, o leitor se aproxima do mundo significativo do autor, que lhe oferece novas perspectivas e opiniões. A leitura contribui para a cultura do indivíduo, seja a leitura realizada por obrigação ou por interesse pessoal.
Na leitura feita com o intuito de buscar conhecimento o importante é a experiência emocional e os critérios elaborados com o objetivo de analisar e criticar a obra lida, não importando se o leitor esteja ou não lendo por obrigação ou prazer. Quando se lê para aprender o aluno passa a se interrogar sobre o assunto em questão, estabelecendo relações com o que sabia e as informações recém adquiridas, faz anotações e procura tirar dúvidas, levando-o, assim, a outros significados não presentes no texto.
Outro beneficio que a leitura traz é referente a escrita, quanto mais se lê, melhor se escreve, pois o aluno adquire base para apoiar suas idéias e desenvolvê-las, também a leitura dos próprios escritos faz com que os alunos se tornem críticos. O erro na redação leva-os a escreverem com maior perfeição, juntando o conhecimento antigo e o adquirido com a nova leitura.
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